Pela primeira vez na história, realizaram um transplante de olho inteiro em um ser humano. O procedimento foí anunciado nesta quinta-feira (9) por cirurgiões de Nova York, nos Estados Unidos. Até então, só haviam transplantes de córnea, a camada frontal transparente do olho.

Transplante foi um sucesso

• Os médicos informaram que, após seis meses da cirurgia, realizaram durante um transplante de face parcial, o olho enxertado mostrou sinais importantes de saúde, incluindo vasos sanguíneos funcionando bem e uma retina de aparência promissora.
• O paciente foi Aaron James, um veterano militar de 46 anos do Arkansas que sobreviveu a um acidente elétrico de alta tensão relacionado ao trabalho e que destruiu o lado esquerdo do rosto, o nariz, a boca e o olho esquerdo.
• A equipe médica planejavam incluir o globo ocular como parte do transplante facial por razões estéticas.
• O transplante de um olho inteiro pensado durante séculos, mas nunca havia realizado.

Paciente não recuperou a capacidade de enxergar

Apesar do sucesso do procedimento, o olho transplantado não se comunica com o cérebro através do nervo óptico. Mas os cirurgiões acreditam que o transplante abre muitas novas possibilidades para a medicina.

Outras equipes médicas estão desenvolvendo formas de ligar redes de nervos no cérebro a olhos cegos através da inserção de elétrodos, por exemplo, para permitir a visão.

“Não creio que alguém possa afirmar que verá. Mas, da mesma forma, eles não podem alegar que ele não verá. Neste ponto, acho que estamos muito felizes com o resultado que conseguimos alcançar com uma operação muito exigente tecnicamente. Se pudermos trabalhar com outros cientistas que estão trabalhando em outros métodos para restaurar a visão ou restaurar imagens do córtex visual, acho que estaremos um passo mais perto, diz Eduardo Rodriguez, líder da equipe cirúrgica da NYU Langone Health

O próprio Aaron James, que manteve a visão do direito após o acidente, afirma que sabia que talvez não recuperasse a visão do transplantado. Mesmo assim, optou por realizar a cirurgia como forma de aprendizado para os médicos. Ele disse acreditar que o procedimento abra um novo caminho e possa beneficiar pacientes com casos semelhantes ao dele no futuro.