Assim como na primeira versão, a chegada da nova TV digital 4K vai exigir troca de aparelho ou conversor
Na nova TV digital brasileira 4K, prevista para 2024, os canais abertos serão gerenciados por aplicativos. Além de ver a programação em resolução 4K, o telespectador poderá navegar em conteúdos online oferecidos pelas emissoras e explorar opções de áudio imersivo.
Mas, para aproveitar essas novidades, será necessário adquirir um conversor ou trocar de televisor, como em 2007, quando a primeira versão do sistema estreou no Brasil.
“O processo de transição será lento e gradual. Assim como na substituição do sinal analógico pelo digital, que só agora está chegando às cidades menores e deve seguir até o final de 2023”, afirma Luiz Fausto, coordenador do Módulo Técnico do Fórum SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre).
“A opção inicial será a aquisição de conversores, porque ainda não dá para saber se teremos televisores compatíveis à venda assim que o projeto for aprovado”, diz ele.
Chamado de TV 3.0, o projeto que vai definir os rumos da TV digital brasileira passou pelas primeiras avaliações em 2021. A expectativa é definir e testar todas as tecnologias disponíveis no novo padrão até 2023; ano em que também serão elaboradas as normas técnicas do sistema, antes de seguir para o Ministério das Comunicações.
Novas opções de customização de áudio na TV digital 4K
A parte de áudio está bem avançada. Com a escolha do padrão MPEG-H Audio, as emissoras poderão oferecer ao telespectador uma experiência mais imersiva. Sobretudo com a sensação de sons 3D chegando de um lado para outro, de frente para trás e de cima para baixo, e personalizada.
“Nas transmissões esportivas ao vivo, por exemplo, o sistema permitirá aumentar apenas o volume do narrador ou da torcida, de forma independente”, explica Fausto. As áreas de vídeo e de interatividade ainda carecem de mais testes, antes das definições finais.
Mas, já se sabe, que qualquer transmissão de TV digital aberta pelo ar terá, no mínimo, resolução Full-HD, como já acontece nos dias atuais. Além de contar com tecnologia HDR, que deixa as cores mais vivas e brilhantes. A opção de ver programas em 4K (ou Ultra-HD) também marcará presença, embora detalhes técnicos ainda estejam em estudo.
Já a resolução 8K, que é quatro vezes superior à 4K, deve ficar restrita ao conteúdo online. A razão é simples. Segundo Fausto, as exigências técnicas para este tipo de transmissão na TV digital aberta limitariam a reutilização do mesmo canal por emissoras regionais, com programação e anunciantes próprios. Essa característica tem prioridade na TV 3.0 por movimentar as economias locais.