Teste em humanos de vacina contra o HIV ainda está em fases iniciais
Na semana passada, o laboratório farmacêutico Moderna anunciou que os primeiros participantes do ensaio clínico de Fase I para a vacina experimental contra o vírus da imunodeficiência humana (HIV), já receberam suas doses. A tecnologia usada pela companhia foi a de RNA mensageiro (mRNA), que então ensina as células do corpo a sintetizar proteínas que levam a resposta imune.
O teste, chamado de IAVI G002, está contudo sendo feito por meio de uma parceria entre o laboratório estadunidense e a International AIDS Vaccine Initiative (IAVI), entidade sem fins lucrativos com foco em pesquisas científicas.
A vacina em questão fornece ao organismo do indivíduo antígenos específicos do HIV, com a finalidade de provocar uma resposta imune. Em um primeiro momento, esses antígenos foram desenvolvidos por cientistas da IAVI e do Scripps Research; instituição de pesquisas médicas, sob a então liderança do dr. William Schief.
A vacina contra o HIV
Os pesquisadores dessa novidade não desenvolveram apenas a vacina primária, como ao mesmo tempo criaram um reforço para fornecer ao corpo imunógenos do HIV; moléculas responsáveis por provocar a resposta imune; via mRNA.
Segundo a Moderna, a expectativa é que esse processo seja capaz de atuar em glóbulos brancos específicos chamados de células B; assim, com capacidade de se transformarem em anticorpos de amplo poder neutralizante que podem inutilizar o vírus.
HIV no mundo
De acordo com dados da UNAIDS, cerca de 38 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com HIV. Apenas no Brasil, os registros apontam para 920 mil indivíduos com a síndrome. Desse total, 77% realizam tratamentos com antivirais; sendo que entre os que se tratam, 94% não transmitem mais a doença devido à baixa carga viral.
Entre as décadas de 1980 e 1990, ter o diagnóstico do HIV era algo fatal. No auge da epidemia de Aids nos Estados Unidos (EUA), em meados dos anos 1990, se registravam mais de 50 mil mortes por ano.