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Pesquisadores desenvolveram um gel para tratar disfunção erétil, usando uma molécula sintética inspirada no veneno da aranha armadeira

O veneno dessa aranha pode ser útil contra disfunção erétil

Pesquisadores desenvolveram um gel para tratar disfunção erétil, usando uma molécula sintética inspirada no veneno da aranha armadeira

Pesquisadores desenvolveram uma molécula sintética para criar um gel que pode usado para tratar disfunção erétil. Atualmente, esse gel passa por testes clínicos.

Como funciona:

  • Pesquisadores desenvolveram um gel para tratar disfunção erétil, usando uma molécula sintética inspirada no veneno da aranha armadeira;
  • A pesquisa começou há três décadas, quando cientistas brasileiros investigaram as picadas da aranha, que causam priapismo, uma ereção prolongada e dolorosa;
  • A aranha armadeira é um dos aracnídeos mais venenosos, encontrado em vários países da América do Sul;
  • O veneno foi coletado na Fundação Ezequiel Dias (Funed) e posteriormente pesquisado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para identificar os componentes replicáveis para tratar a disfunção erétil;
  • A molécula patenteada será comercializada em formato de pomada pela empresa Biozeus;
  • Essa descoberta pode ser especialmente relevante para pacientes com câncer de próstata, que frequentemente evitam procedimentos que podem levar à disfunção erétil.

Sobre o produto

O produto vem de uma jornada de três décadas de pesquisa, conforme publicado no MedicalXpress. Trinta anos atrás, pesquisadores brasileiros iniciaram um estudo sobre as picadas desse aracnídeo. Isso porque sua toxina resultava em priapismo, uma ereção dolorosa e duradoura.

Com pêlos espessos e atingindo até 15 centímetros, esse aracnídeo é um dos mais venenosos do mundo. Encontrado em diversos países da América do Sul, recebeu o apelido “banana spider” devido à sua prevalência em plantações de banana, mas também conhecida como “aranha errante”.

Em Minas Gerais, profissionais da Fundação Ezequiel Dias (Funed), situada em Belo Horizonte, coletam o veneno delicadamente da aranha com pinças, estimulando suas presas.

Posteriormente, a Funed envia o veneno para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde ocorrem pesquisas dos componentes replicáveis para tratar a disfunção erétil, um problema que afeta dezenas de milhões de homens globalmente.

Maria Elena de Lima, pesquisadora da UFMG, esclarece que o veneno utilizado para estudar as propriedades da molécula que causa o priapismo nas vítimas da picada.

A Biozeus, empresa de biotecnologia brasileira, adquiriu a patente da molécula e planeja comercializá-la em formato de pomada, aplicada conforme a necessidade, proporcionando uma ereção em poucos minutos.

Próximos passos

Essa molécula estimula a liberação de óxido nítrico, crucial para uma ereção, ao aumentar o fluxo sanguíneo e dilatar os vasos sanguíneos.

Pesquisadora enfatiza que essa pesquisa pode ser especialmente benéfica para pacientes com câncer de próstata. Pois muitas vezes evitam procedimentos que podem resultar em disfunção erétil.

Após a aprovação da primeira fase de testes clínicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), medicamento avançou para a segunda etapa, rumo à aprovação para comercialização.

De Lima ressalta que a descoberta de um possível tratamento para disfunção erétil enfatiza a importância de preservar os animais. Mesmo os venenosos, pois representam uma valiosa fonte de moléculas ainda desconhecidas.