As crianças acometidas não possuem vínculo epidemiológico entre elas
Com quadro suspeito de meningite, três crianças vindas de outras unidades de saúde, se encontram internadas em isolamento no Hospital Pronto-Socorro de Várzea Grande. O quadro de meningite foi posteriormente confirmado por exames. Um quarto caso suspeito, no entanto, aguarda confirmação por exames.
Segundo dados da Vigilância Epidemiológica, os três casos foram confirmados em crianças. Sendo um neonato de 20 dias (sexo masculino), residente em zona rural/nas proximidades do município de Jangada. Um lactente de cinco meses (sexo masculino), residente em Várzea Grande. E uma criança de três anos (sexo masculino), residente em Santo Antônio do Leverger.
Sobre a situação é importante descrever que a ocorrência dos três casos não configura situação de surto no município de Várzea Grande, disse o secretário Gonçalo de Barros. Uma vez que esporadicamente Várzea Grande apresenta casos de meningite.
“As crianças acometidas não possuem vínculo epidemiológico entre elas, cada uma reside em um município diferente. Tendo havido coincidência na ocasião do adoecimento e internação pela doença no mesmo hospital”, disse ele.
As crianças seguem internadas em leitos de isolamento
Dois casos foram confirmados como sendo meningite bacteriana e um de meningite viral, após análise de resultado dos exames laboratoriais.
“Dentre os três casos, temos a criança de 20 dias que se encontra sem registro das vacinas que acontecem logo após o nascimento. Sendo elas, as vacinas BCG e da Hepatite B. A criança de cinco meses possui o esquema vacinal em dia. Entretanto apresentou atraso somente na vacina de cinco meses, que protege contra a meningite (meningococo c). Já a criança de três anos, apresenta esquema vacinal em dia, não tendo vacinas pendentes. Sobre estes casos, é importante destacar que a Vigilância Epidemiológica solicitou novas análises laboratoriais de modo a ampliar a investigação”, disse ela.
Sobre o estado de saúde das três crianças, elas seguem internadas em leitos de isolamento e estão sendo acompanhadas pela Vigilância Epidemiológica Municipal. Dessa forma, o quadro de saúde é estável, sinais vitais estáveis e sem febre nas últimas 48 horas.
A Vigilância Epidemiológica realiza a busca ativa, contatando equipes de vigilância dos municípios em que as crianças residem. Assim, é possível identificar um caso fonte e monitorar crianças/pessoas expostas.
A meningite é uma doença que atinge o sistema nervoso
“É importante descrever que essas crianças não possuem vínculo epidemiológico com outras crianças que poderiam ter apresentado os mesmos sinais e sintomas anteriormente/previamente. E atualmente há uma outra criança de dois meses em observação e em monitoramento, pois teve contato domiciliar com o neonato de 20 dias. Ela (paciente) é vacinada com BCG e Hepatite B e encontra-se com sintomas gripais, não apresentando sintomas específicos de meningite”, explicou a superintendente Relva Cristina.
A meningite é uma doença que atinge o sistema nervos, por um processo inflamatório que acomete a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal das pessoas. É frequentemente ocasionada por vírus ou bactéria.
Ação
De acordo com Relva, houve verificação da situação vacinal dos contatos domiciliares e dos que porventura estivessem com a vacinação atrasada para faixa etária. Sendo assim, recomenda-se a atualização conforme Calendário Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
Houve uma análise minuciosa dos casos, segundo investigações da Vigilância Epidemiológica. Portanto, verificou-se que não se trata de casos suspeitos pelos agentes etiológicos Haemophilus Influenzae tipo b e Neisseria Meningitidis pelo meningococo C. Não havendo necessidade de realização da quimioprofilaxia e ações de bloqueio vacinal.
A Rede de Saúde de Várzea Grande está apta a promover estes atendimentos
O secretário de Saúde Várzea Grande, Gonçalo Barros, afirmou que desde o aparecimento dos primeiros sintomas, as equipes de Saúde, redobraram sua atenção. Por isso, passaram a investigar todos os possíveis casos ou sintomas, seguindo os protocolos da Vigilância em Saúde.
“Temos muita responsabilidade em dar informações corretamente e após as investigações concluídas. Para as Vigilâncias, os casos ainda não configuram surto. Para ser surto, as crianças teriam de morar no mesmo raio de distância e serem moradoras somente de Várzea Grande. Ou então estarem em uma instituição de ensino juntas, ou na mesma creche e até mesmo terem estado em algum momento juntas. Nestes casos não tem como considerar um surto. Apesar de as duas crianças serem de Várzea Grande, uma delas é do Espinheiro, Zona Rural do município. O exame da quarta criança está em análise. Mas não há sintomas de meningite, e sim gripal. Entretanto, o caso está sendo investigado porque a família é da mesma comunidade de Espinheiro e houve contato”, explicou Gonçalo Barros.
Gonçalo Barros reafirmou que toda Rede de Saúde de Várzea Grande foi notificada dos casos de meningite. Sendo assim, está apta a promover atendimentos com possíveis sintomas e se necessário, proceder com internação em isolamento até os exames necessários, resguardando, dessa forma a vida dos pacientes e familiares.