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Villavicencio foi assassinado com três tiros na cabeça, nesta quarta-feira (9). Ele estava em quinto lugar nas pesquisas de intenção de voto.

Villavicencio, candidato à presidência do Equador é assassinado

Villavicencio foi assassinado com três tiros na cabeça, nesta quarta-feira (9). Ele estava em quinto lugar nas pesquisas de intenção de voto.

Segundo informações iniciais, três criminosos efetuaram disparos de metralhadoras contra o cundidato Villavicencio. Nove pessoas ficaram feridas, sendo que, entre elas, uma candidata à Câmara de Deputados e dois policiais.

No último vídeo em que Villavicencio é visto com vida, ele aparece saindo do colégio onde ocorreu o comício cercado por policiais que o ajudam a entrar em um veículo. Antes de fechar a porta, ouvem-se disparos e gritos.

O ataque ocorreu por homens armados de acordo com um texto do grupo em uma rede social, na sede do partido Movimiento Construye, ao qual Villavicencio pertencia.

O cientista político Maurício Santora, explica que o trabalho de Villavicencio como jornalista no Equator teve como foco denúncias envolvendo o narcotráfico e a corrupção da elite política do país: “Ele mexeu em interesses de muitos poderosos”.

Na disputa pela presidência, uma pesquisa de intenção de voto publicada na terça-feira (8) apontou que Villavicencio estava em 5º lugar, segundo o jornal “El Universo”. A votação está marcada para o dia 20 de agosto.

Por meio de nota, o Itamaraty disse ter tomado conhecimento do caso “com profunda consternação”.

Suspeito morreu em troca de tiros

O Ministério Público contudo publicou uma nota na qual afirma que um suspeito morreu. De acordo com o texto, ele foi ferido em uma troca de tiros com agentes de segurança.

Lasso afirma que crime não ficará impune

O atual presidente, Guillermo Lasso, afirmou em uma rede social que o gabinete de segurança vai se reunir para dar uma resposta ao crime.

O general da polícia Alain Luna disse que entre os feridos há policiais, assim, afirmou que o incidente é um ato terrorista.

Ex-jornalista chegou a condenado por injúria

Villavicencio tinha 59 anos, era um ex-sindicalista da empresa estatal de petróleo Petroecuador e, depois, tornou-se um jornalista. Desse modo, publicou histórias em que denunciava que a companhia perdeu milhões de dólares por negócios ruins.

Entre 2021 e 2023, foi deputado federal e se declarava defensor das causas sociais indígenas e dos trabalhadores.

O político era um adversário do ex-presidente Rafael Correa — em 2014, quando era jornalista, chegou a condenado a 18 meses da prisão porque a Justiça entendeu que ele cometeu injúrias contra Correa.

Ele afirmava que Correa tinha dado ordens para que o hospital da polícia invadido por homens armados — à época, havia uma rebelião de policiais. Ele chegou a ir para o Peru como exilado político.

Villavicencio era casado com Verónica Sarauz e deixa cinco filhos.

Violência no país

Nos últimos anos, o Equador enfrenta a violência ligada ao narcotráfico, que, durante o processo eleitoral, resultou na morte de um prefeito e um candidato a deputado, além de ameaças a um candidato à presidência.

A criminalidade no país fez com que a taxa de homicídios dobrasse em 2022, chegando a 25 mortes a cada 100 mil habitantes.

Há cerca de duas semanas, assassinara um prefeito no país.

Eleições antecipadas

O Equador irá eleger um presidente, vice-presidente e os 137 parlamentares em 20 de agosto. O presidente Guillermo Lasso dissolveu a opositora Assembleia Nacional, em maio, para pôr fim à “crise política grave e comoção interna”.

A dissolução, todavia que deu lugar a eleições gerais antecipadas, ocorreu em meio a um julgamento político para destituir Lasso.