EUA informou que o balão chinês já passou mais de 40 países
O Departamento de Estado dos EUA afirmou que o fabricante do balão tem relações próximas com o Partido Comunista, nesta quinta-feira (9). E ainda mais que o balão espião da China, derrubado pelos militares americanos na costa da Carolina do Sul, era capaz de coletar sinais de comunicação.
Segundo o governo, o equipamento fazia parte de uma frota de balões vigilância dos militares chineses. E sobrevoou assim, mais de 40 países em cinco continentes diferentes.
Washington usou imagens de alta resolução dos voos do equipamento para determinar as suas capacidades. E disse que o equipamento do balão “era claramente para vigilância de inteligência e mais inconsistente com o equipamento a bordo dos balões meteorológicos”, a justificativa oficial de Pequim.
Além disso, o Departamento de Estado afirmou que o fabricante do balão tem relações próximas com o Partido Comunista Chinês. Mas não informou o nome da empresa – que teria postado vídeos nas redes sociais dos balões. Quando o mesmo sobrevoava pois o espaço aéreo americano e de outras nações.
O balão flagrado sobre o estado de Montana era de uso civil
Autoridades americanas afirmaram, no entanto, que o país vai explorar ações contra a China. E “também examinaremos esforços mais amplos para expor e abordar as atividades de vigilância mais amplas da China. Pois representam uma ameaça à nossa segurança nacional e aos nossos aliados e parceiros”, afirmou o comunicado.
No balão havia, contudo, um arranjo de antenas que poderia coletar e geolocalizar comunicações, disse o Departamento de Estado. E a máquina tinha energia o suficiente para operar “vários sensores ativos de coleta de inteligência”. O tipo de comunicação que era alvo, entretanto, dos balões ainda não está claro e investigações estão em andamento.
“Estamos analisando [o balão] para saber mais sobre o programa de vigilância. Combinaremos isso com o que aprendemos com o próprio balão. E com o que conseguimos coletar com a observação cuidadosa quando ele estava em nosso espaço aéreo. Desse modo, como o presidente instruiu sua equipe a fazer”, afirmou o secretário de Estado, Antony Blinken.
O secretário de Estado disse que o balão violou a soberania nacional
Na última sexta-feira (3), o Ministério das Relações Exteriores da China disse que o balão flagrado sobre o estado de Montana era de uso civil. Mais precisamente para pesquisas meteorológicas. Bem como o equipamento à deriva na América Latina, também localizado pelo Pentágono.
Quando o balão chinês foi derrubado por um caça americano, Pequim declarou que teria o direito de responder em casos semelhantes. Autoridades chinesas defenderam ainda que os Estados Unidos não poderiam ficar com o balão por ser uma propriedade da China.
O incidente desencadeou uma crise diplomática. Blinken cancelou uma viagem que faria no último fim de semana a Pequim, onde se encontraria com o presidente chinês, Xi Jinping. O secretário de Estado disse que o balão violou a soberania nacional e foi “um ato irresponsável” da China.
Os balões têm vantagens em relação a satélites
O governo dos Estados Unidos também disse que outros casos de balões espiões foram descobertos. Três durante o governo de Donald Trump e dois na administração de Joe Biden.
A descoberta dessa tecnologia, no entanto, pode estimular o governo Biden a tomar medidas mais duras. Sobretudo, para garantir que as empresas ocidentais não exportem sua tecnologia para a China.
O presidente já impôs limites a venda de “tecnologias fundamentais” para a China, como chips semicondutores avançados e certas tecnologias de fabricação de chips.
Enquanto isso, o Departamento de Estado americano começou uma campanha para alertar países aliados sobre o programa de vigilância chinês. Informações sobre os balões estão sendo enviadas para as embaixadas como um alerta.
Os balões têm vantagens em relação a satélites por conseguirem escapar de radares e voar mais perto da Terra. Coletando assim, informações que orbitam em padrões regulares. Eles também podem produzir imagens mais nítidas por voarem mais baixo.