Roberto Campos Neto Presidente do Banco Central diz que aumento da inflação dos preços será resiliente
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , afirmou nesta quarta-feira (19), que a inflação deve voltar a crescer no segundo semestre, por estar resiliente, apesar da queda do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país.
Campos Neto tem mandato até o final de 2024, conforme a lei de autonomia do BC, podendo renovado por mais quatro anos, o que ele mesmo já disse não desejar.
O IPCA fechou março em alta de 0,71% e acumulado de 4,65% em 12 meses, o menor desde 2021. Segundo a agência Reuters, ele calcula que a inflação acumulada em 12 meses chegará a 3,5% em junho, mas retomará o crescimento. Ele se reuniu com investidores em Londres em vento organizado pelo European Economics & Financial Centre.
“Olhamos muitas coisas e cruzamos muitos dados, mas a realidade é que a queda da inflação é mais lenta do que esperávamos. Ou seja, considerando o patamar da taxa real de juros no Brasil, o que nos diz que a batalha não está vencida e temos que persistir”, declarou.
Precisamos de 6 a 12 meses para amadurecer a tomada de decisão
Boletim Focus, produzido por mais de cem economistas do mercado financeiro, elevou as expectativas de inflação para 2024 e 2025 em quase 1% desde dezembro.
Os pontos que indicam a elevação dos preços, segundo Campos Neto, seriam o novo arcabouço fiscal e possível mudança da meta de inflação.
“O índice bruto de inflação está ‘poluído’ pelas mudanças na tributação de gasolina, energia e gás. Quando olhamos para o cerne da inflação, está levemente abaixo dos 8%, o que é muito alto. […] Quando falamos em expectativa, precisamos de 6 a 12 meses para amadurecer a tomada de decisão.”, disse.
“O fato de a inflação projetada estar acima da meta é um sinal de alerta, de que precisamos olhar a questão mais de perto”, completou.