O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023 para 1,2% neste ano, aumento de 0,2 ponto porcentual em relação ao relatório de outubro.

De acordo com o relatório World Economic Outlook (WEO), de monitoramento da economia global, publicado (30), o índice é um dos piores entre os países emergentes. Para 2024, a projeção do WEO é de crescimento de 1,5%, uma diminuição de 0,4 ponto porcentual contra sua projeção anterior.

Segundo o relatório do FMI, as economias emergentes – cuja projeção de crescimento em 2022 foi de 3,9% – devem crescer 4% em 2023 e 4,2% em 2024. Para o Brasil, a previsão de crescimento no próximo ano é de 1,5%, uma diminuição de 0,4 ponto contra sua projeção anterior.

Entre os membros do Brics, a Índia, cuja estimativa de crescimento em 2022 foi de 6,8%, tem a melhor projeção para 2023 e 2024, de 6,1% e 6,8%. A China, que cresceu apenas 3% em 2022 por causa das restrições da covid-19, tem crescimento projetado de 5,2% e 4,5% neste e no próximo ano.

O resultado brasileiro é igual ao estimado para a África do Sul e, dentre os países cujas revisões foram divulgadas nesta segunda-feira. Só não deve ficar abaixo do previsto para a Rússia, que deve crescer apenas 0,3% este ano, após recuo de 2,2% em 2022, segundo o órgão.

Cenário doméstico

A previsão do FMI para este ano é melhor do que aquele esperado por analistas consultados na pesquisa Focus. Do Banco Central, veem expansão de apenas 0,8% do PIB, segundo a pesquisa mais recente. Mas para 2024, as contas das duas instituições coincidem.

Já o Banco Central projetou em dezembro uma expansão de 1% do PIB em 2023, depois de um crescimento estimado em 2,9% em 2022.

América Latina e economia Mundial

Portanto, até mesmo a projeção da América Latina supera a do Brasil. O relatório prevê crescimento de 1,8% neste ano e de 2,1% em  2024.

“Projeta-se que o crescimento caia de 3,9% em 2022 para 1,8% em 2023, com alta de 0,1 ponto porcentual em 2023 em relação ao último relatório”, informa o WEO. A projeção do crescimento brasileiro também fica abaixo da projeção do PIB mundial, de 2,9% em 2023 e de 3,1% no próximo ano.

Mas segundo o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, os riscos de recessão diminuíram e que os bancos centrais estão fazendo progressos no controle da inflação. Mas, é necessário trabalhar mais para conter os preços e novas interrupções poderiam vir de uma nova escalada da guerra na Ucrânia. Além disso, a batalha da China contra a covid-19.

“Temos que estar preparados para esperar o inesperado, mas isso pode muito bem representar um ponto de inflexão. Com o crescimento chegando ao fundo do poço e depois a inflação diminuindo”, disse Gourinchas.