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O que realmente o cérebro assimila de imagens chocantes sobre vício em maços de cigarro

Imagens chocantes fazem a pessoa largar o vício?

Por que o uso de imagens chocantes é uma abordagem para tentar tirar o vício das pessoas

Quem nunca viu imagens chocantes em uma embalagem de cigarro, reprovando o vício? Conforme a legislação brasileira, todos os maços de cigarros precisam ter, anexados à embalagem, uma imagem bem visível (e explícita) sobre os efeitos nocivos que eles podem causar.

A ideia é clara: se as pessoas virem o que pode acontecer com elas (e provavelmente acontecerá), acabarão deixando de fumar.

Mas será que, para os nossos cérebros, esta é a lógica? Ou seja, ver imagens desagradáveis de coisas que podem acontecer conosco é suficiente para desmontar um hábito ruim? Vejamos algumas explicações da ciência sobre isso.

Efeitos no cérebro

Dados de saúde pública dizem que, quando estas imagens são anexadas nas embalagens de cigarro, dobram as tentativas dos fumantes de largarem o vício. Um dos mecanismos a causar isto seria o nojo.

Woo-kyoung Ahn, professor de Psicologia da Universidade de Yale, explica: “uma imagem vívida é muito mais poderosa do que apenas números abstratos. Nojo é uma emoção poderosa enraizada como uma adaptação evolutiva que nos ajuda a expulsar e evitar substâncias nocivas”, declarou à revista Wired.

Junto aos seus alunos de graduação, Ahn inventou um experimento interessante: eles apresentaram imagens bem explícitas de pessoas com sintomas graves de covid-19 a pessoas que se recusavam a tomar vacina e seguir os protocolos de saúde recomendados pelas autoridades.

O que o professor observou é que as imagens repugnantes aumentaram bastante a vontade expressa daqueles sujeitos a se vacinarem – muito mais do que as imagens de médicos com máscaras ou de cidadãos recebendo vacinas.
O experimento acabou gerando um artigo chamado It’s time to be disgusting about covid-19 (em português, “é hora de ser nojento sobre o covid-19”). Mas a questão não é tão simples. Na verdade, estar disposto a mudar um comportamento (como considerar se vacinar ou respeitar protocolos de saúde pública) não significa, de fato, partir para a ação.
Ou seja, por mais que as pessoas se motivem a parar de fumar, e por vezes até façam isso, elas não creem de fato que aquilo expresso na imagem possa acontecer com elas. Agora os pesquisadores seguem com o estudo para entender melhor porque isto acontece.