O Hamas anunciou num comunicado ter chegado a um acordo com o Qatar e o Egito para uma trégua humanitária temporária
Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas chegaram a um acordo para prolongar por dois dias a trégua humanitária na Faixa de Gaza. Assim anunciaram nesta segunda-feira (27) as autoridades do Qatar, país mediador das negociações.
Majed al-Ansari, indicou como parte das negociações em curso “alcançado um acordo para estender a trégua humanitária por mais dois dias” em Gaza.
O Hamas confirmou que a trégua com Israel na Faixa de Gaza, que expiraria na manhã de terça-feira (30), será prorrogada até às 07:00 de quinta-feira (05:00 de Lisboa). Em seguida, disse estar “trabalhando numa nova lista de reféns” a serem libertados.
O Hamas anunciou num comunicado de imprensa “um acordo com os irmãos qataris e egípcios para uma extensão da trégua humanitária temporária. Este será de dois dias adicionais com as mesmas condições da trégua anterior”.
Israel estende acordo com Hamas, mas…
Israel confirma extensão do acordo por mais dois dias, mas em troca quer a libertação de mais 20 reféns.
Anteriormente, al-Ansari tinha indicado que as partes estavam numa série de conversações com vista à prorrogação da trégua. E que está em vigor há quatro dias, enquanto o Governo egípcio – que também atua como mediador . Contudo, propôs a prorrogação de dois dias em troca da libertação de mais 20 reféns.
O Hamas que assumiu o poder na Faixa de Gaza em 2007, também tinha indicado que estava preparando uma nova lista de reféns para libertar, a fim de prolongar a trégua nos combates com Israel.
Apesar de alguns pequenos contratempos, ambos os lados respeitaram até agora o acordo. Assim, resultou na libertação de 58 reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza e de 117 prisioneiros palestinianos em prisões israelitas.
A quarta troca está marcada para esta segunda-feira e Israel já anunciou que recebeu uma lista dos próximos reféns que libertados.
Lista têm 19 estrangeiros que não faziam parte do acordo
O acordo entre Israel e o grupo islâmico foi possível graças à mediação do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos e previa uma trégua de quatro dias, a entrada de ajuda humanitária em Gaza proveniente do Egito, bem como a libertação de um total de 50 reféns raptados em 07 de outubro e de 150 palestinianos detidos em prisões israelitas, todos menores ou mulheres.
A trégua permitiu até agora a entrada de centenas de caminhões carregados de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, sitiada e devastada por sete semanas de bombardeamentos israelitas em retaliação pelo ataque sangrento lançado pelo Hamas contra Israel em 07 de outubro e que deixaram cerca de 1.200 mortos.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, a União Europeia e a NATO tinham apelado para a prorrogação do acordo. A libertação de um maior número de reféns exigida com veemência pela opinião pública israelita, traumatizada pelo ataque do Hamas há um mês e meio no sul do país.
Em resposta ao ataque do Hamas a 07 de outubro, Israel declarou guerra ao movimento islamita palestiniano. Assim, bombardeou intensivamente a Faixa de Gaza até as partes terem chegado a acordo para uma trégua de quatro dias.
Até ao início da trégua, os ataques do exército israelita em Gaza tinham matado mais de 14 mil pessoas, de acordo com o Hamas, que controla o enclave desde 2007.