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A mineração de pequena e média escala do ouro da baixada cuiabana lançou solução que permite substituir o uso do mercúrio no processo

Mineração da baixada cuiabana lança substituto no uso do mercúrio

Mineração da baixada cuiabana lança solução para substituir uso do mercúrio

A mineração de pequena e média escala do ouro da baixada cuiabana, lançou solução que permite substituir o uso do mercúrio no processo de amalgamação do ouro.

O evento de apresentação da tecnologia aconteceu, na Mineração São Rafael, em Poconé (104 km de Cuiabá), na semana passada. A cidade se destaca como um dos grandes municípios mineradores em arrecadação do CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral). Assim, contribui com a empregabilidade e o desenvolvimento socioeconômico da região.

Desenvolvido pela empresa Brastorno, com apoio da MJM, o equipamento “Pelicano”, funciona como um reator de fiação intensiva, onde o minério concentrado é submetido a lixiviação e através do processo de eletrodeposição, o metal é recuperado e se torna adequado para a fundição.

Segundo o CEO da Brastorno, Igor Justino Fernandes, a tecnologia surgiu da necessidade de aumentar a produtividade do ouro para o pequeno minerador, já que nesse processo a recuperação é maior, além de se adequar a atividade para a nova realidade que busca uma mineração mais sustentável.

“Essa solução nasceu de um inconformismo nosso em ver essas operações com mercúrio. Além disso, a tecnologia busca aumentar a recuperação no processo final ao minerador e se preocupa com a questão ambiental”, contou Fernandes.

Presidente da Cooperativa de Desenvolvimento Mineral de Poconé (CooperPoconé), André Molina, explica que o projeto vem sendo desenvolvido há pelo menos 5 anos, e que a alternativa, caso assertiva, se estenderá para as minerações de todo o país.

Substituir o uso do mercúrio

“Hoje conseguimos lançar e instalar na sua fase primária, o primeiro projeto de lixiviação para a pequena mineração no Brasil. A nossa ideia, caso dê certo, é que essa alternativa possa ser levada para todo o país. Principalmente para Amazônia para acabar com a utilização do mercúrio”, frisou.

A coordenadora de licenciamento de empreendimentos de mineração da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Sheila Klener, lembra que a alternativa vem de encontro com o proposto pela Convenção de Minamata. Assim busca meios de reduzir o uso do mercúrio.

“Existe um apelo mundial para que se reduza ao máximo o uso do mercúrio no processo de extração de ouro. E nós somos parceiros em todo sistema e empreendimento que possa agregar no controle ambiental. Fizemos, portanto, o licenciamento ambiental, entendemos o processo e entramos com a chancela”, ressaltou.

Para Pedro Eugenio, diretor de Operações da Fênix DTVM, comercializadora de ouro em Mato Grosso, segue referência de boas práticas ambientais e de processos inovadores.

“A maior satisfação de todos é conseguirmos de fato eliminar o mercúrio dos processos. Fora o compromisso que o Brasil tem com o mundo sobre esta pauta e mais uma vez somos pioneiros, Poconé é uma referência. Com uma mineração de pequena escala, atuando de forma responsável e reconhecida no mundo inteiro como saudável e ambientalmente correta”, comemorou.

Mas em algumas semanas, outras mineradoras da baixada cuiabana devem testar a tecnologia, que recebe total apoio da iniciativa privada.

“Dois mineradores que são nossos fornecedores de ouro vão testar esse mesmo equipamento e já estamos dando os primeiros passos”, concluiu o diretor da Fênix DTVM.