Consumidores devem preparar o bolso para correção dos planos de saúde recorde das operadoras privadas
A alta do preço dos medicamentos que tiveram reajuste de quase 11% ontem, não é a única má notícia para o bolso dos brasileiros. O aumento nos planos de saúde, previsto para maio, deverá ser recorde e ultrapassar os 13,57% registrados em 2016. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável por regulamentar o setor.
Em 2021, os planos individuais tiveram um desconto de 8,2%, devido à redução da demanda para uso dos serviços médicos oferecidos. Agora, de acordo com projeções de especialistas, os reajustes deste ano devem ficar entre 15% e 18,2%, o que superaria com folga o recorde de 2016.
Esse aumento também englobaria os planos coletivos, que agregam os convênios empresariais. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), justificou a expectativa desse reajuste diante da mudança de cenário e do aumento dos custos operacionais.
“Diversos fatores influenciam o reajuste dos planos de saúde, como o aumento do preço de medicamentos e insumos médicos. Assim como o crescimento da utilização de recursos dos planos e a incorporação de novas tecnologias nas coberturas obrigatórias aos planos de saúde”, informou a FenaSaúde, em nota.
O próximo índice oficial de correção começa a valer entre maio de 2022 e abril de 2023 e será definido neste mês pela ANS. O pior cenário é calculado no estudo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS). O levantamento, que considera a variação dos custos médico-hospitalares feita pelo IESS (VCMH-IESS) e verifica a média ponderada entre as categorias de preços do serviço, foi de 18,2% para o período de 12 meses, encerrado em junho de 2021.
Custos cresceram durante todo o período
“Observa-se uma retomada do crescimento do indicador em março de 2021, após oito meses de variação negativa. Destaca-se que nesse período a VCMH das terapias permaneceu positiva, ou seja, a despesa com esse tipo de procedimento cresceu. Também é importante notar que para internações e Outros Serviços Ambulatoriais (OSA) o período de VCMH negativa foi curto. A variação das despesas com esses itens tem permanecido positiva. Em relação às consultas, a VCMH ainda está negativa e, para exames, ela ficou negativa até abril de 2021. Isso deveu-se, exclusivamente, à redução da frequência, pois os custos cresceram durante todo o período”, justificou a entidade no estudo.
Outra projeção de aumento dos planos de saúde está em um recente relatório do banco BTG Pactual, que aponta uma correção de 15%. A taxa é menor do que a apontada pelo IESS, mas também ficou acima do reajuste recorde de 2016 e acima do custo de vida. No ano passado, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), por exemplo, registrou alta de 10,06%. E, no acumulado em 12 meses até a primeira metade de março, o indicador registrou elevação, ou seja, chegou a 10,8%.
Nesta semana, a ANS publicou uma resolução que torna obrigatória a manutenção de portais na internet pelas operadoras de planos de saúde privados. Os sites deverão funcionar 24 horas por dia e sete dias por semana para atender a beneficiários e prestadores de serviços.
Conforme a portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU), os sites deverão ter uma área para os clientes e outra para a rede credenciada de unidades e profissionais de saúde. A área dos clientes deverá trazer a relação de produtos comercializados pela operadora e a relação da rede credenciada pelo plano de saúde.