Neurocientista explica que existem diversos fatores biológicos e culturais que podem influenciar na percepção das cores diferentes, um assunto ainda quente na ciência
Muitos fatores influenciam como as pessoas percebem e falam sobre cores, desde a biologia de nossos olhos até como nossos cérebros processam essas informações diferentes. Segundo os especialistas, a maioria das pessoas tem três tipos de cones, ou seja, receptores de luz responsáveis por detectar diferentes comprimentos de onda.
A neurocientista visual Jenny Bosten, da Universidade de Sussex, na Inglaterra, escreveu sobre o assunto na 2022 Annual Review of Vision Science. Assim de acordo como eu trabalho, às vezes, uma variação genética pode fazer com que um tipo de cone seja diferente ou completamente ausente. Desse modo, levando a uma visão de cores alterada.
Conforme explica a neurocientista, cada um desses cones tem uma opsina fotossensível, e que determina a sensibilidade da célula ao comprimento de onda. Os genes que codificam cada opsina podem ter diferentes traços de DNA, o que gera diferentes combinações, influenciando diretamente na diferença.
Segundo a autora, o sexo pode desempenhar um papel na forma como percebemos as cores, assim como a idade e até fatores como a cor da íris de uma pessoa.
A pesquisadora ainda sugere que restrições biológicas podem influenciar na maneira como as pessoas aprendem a categorizar as cores, mas nem toda cultura tem o mesmo número de categorias.
No entanto, a forma como pessoas enxergam cores diferentes ainda é um assunto quente na comunidade científica. Um estudo indica que a separação entre o que é azul e o que é verde pode depender, em parte, da proximidade de uma cultura com a água, por exemplo. Pesquisas sugerem também um efeito sazonal na percepção do amarelo, que é bastante cinza e sombrio no inverno e agradável e verde no verão.