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Quando as coisas ficam difíceis, o objetivo muitas vezes é livrar-se do cargo de liderança, disse o CEO da Meta, Mark Zuckerberg

Por que os jovens não querem chegar à liderança

Se tornar um gerente ou liderança de pessoas pode significar um salário maior, mas também mais estresse e mais horas de trabalho

Durante décadas, o objetivo de quem fazia uma carreira corporativa era subir na liderança das empresas. Chegar a um cargo de gestão percebido como a forma tradicional de alcançar sucesso: mais responsabilidades, mais dinheiro e poder sobre uma equipe.

No entanto, os tempos mudaram. Em uma pesquisa recente realizada pela CoderPad, uma plataforma de entrevistas para equipes líderes, 36% dos trabalhadores de tecnologia expressaram não querer assumir uma função gerencial, já que a Geração Z e a Geração Y tendem a priorizar um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional em comparação com as gerações mais velhas. Para este grupo, os ganhos não compensam nem as horas extras e nem o estresse gerados pela gestão de equipes.

Ser gerente não é mais atraente

No início da pandemia, os gestores foram aconselhados a fazer com que os seus funcionários trabalhassem a partir de casa. Depois, precisavam estabelecer políticas e procedimentos para pessoas que trabalhavam remotamente em grande escala. Quando chegou o momento de todos regressarem ao escritório, encarregados de coordenar horários híbridos, supervisionar a vacinação e outras responsabilidades a pedido dos altos executivos.

Os gerentes tiveram que enfrentar mudanças dramáticas no mercado de trabalho. Depois que a pandemia reduziu, houve uma batalha acirrada para começar a contratar talentos novamente. Nos Estados Unidos, a Grande Demissão dificultou o recrutamento e a retenção de trabalhadores, e as empresas ficaram com falta de pessoal. Imediatamente, após a guerra por talentos, um fluxo constante de anúncios de demissões começou a ocorrer em uma série de setores, desde tecnologia até Wall Street.

Sobra tudo para os gerentes

Quando as coisas ficam difíceis, o objetivo muitas vezes é livrar-se dos cargos de gerência intermediária. O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, considerou 2023 o “ano de eficiência”.  Zuckerberg destacou as ineficiências dentro de sua organização, o que também estava acontecendo em outras grandes empresas de tecnologia, afirmando: “Não acho que você queira uma estrutura de gestão que seja apenas gerentes gerenciando gerentes, gerenciando as pessoas que estão fazendo o trabalho.”

Embora a eficácia do gestor seja uma prioridade máxima para as empresas, uma pesquisa mostra que o apoio aos gestores está despencando, de acordo com a revista do MIT, a Sloan Management Review.

De repente, chefe

Há também um sentimento de solidão que surge por se tornar o chefe e não fazer mais parte da equipe. Como gestor intermediário, você está na periferia, preso entre a gestão de nível superior e a base.

Cada vez que há uma crise no escritório, o gerente fica encarregado de apagar o incêndio, amenizar rixas e discussões. Não importa como a disputa seja remediada, invariavelmente alguém sairá insatisfeito e jogará a culpa no gestor.

Os gestores lidam com uma série de desafios, incluindo lidar com baixo nível de desempenho, falta de pessoal, falta de comunicação e problemas de trabalho em equipe e pressão constante para cumprir objetivos.

Ao assumir um cargo de gestão, esses profissionais às vezes desistem de fazer aquilo que realmente amam porque puxados em outras direções. Por exemplo, alguém pode ser um programador talentoso que ascendeu ao nível gerencial. Ele então fica encarregado de formar uma equipe e gerenciar 10 funcionários. O profissional de talento, que já foi como uma estrela, em vez de programar, agora passa o dia gerenciando as minúcias do fluxo de trabalho diário da equipe.