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O objeto que provocou a explosão no céu da Austrália e o consequente rastro de luz atravessou a atmosfera da Terra a 25 mil km/h

Rastro de luz na Austrália tem origem descoberta

Nesta segunda-feira (7), moradores da cidade de Melbourne, em Victoria, Austrália, usaram as redes sociais para relatar avistamentos de uma luz brilhante atravessando lentamente o céu. Isso aconteceu por volta da meia-noite, pelo horário local – em torno das 11h da manhã, no fuso de Brasília.

Registros em vídeo mostram claramente a bola de fogo se despedaçando, com os fragmentos queimando, o que indica que o objeto era grande. Há relatos de uma forte explosão, chamada estrondo sônico.

Rastro de luz no céu da Austrália foi causado por lixo espacial

Os estrondos sônicos são indícios de que partes do objeto sobreviveram por tempo suficiente para entrar na atmosfera inferior – caso contrário, não seriam audíveis do chão. Isso nos diz que pelo menos parte desse corpo era densa.

Além disso, o brilho da bola de fogo tinha cores claramente perceptíveis, em especial o laranja. Isso, por sua vez, significa que o objeto não é uma rocha espacial, mas sim algo feito pelo homem, com uma quantidade significativa de plásticos ou metais queimando.

A partir daí se conclui que o evento ocorrido em Melbourne representa lixo espacial – qualquer coisa que os humanos colocaram em órbita que não está mais sob nosso controle – reentrando na atmosfera da Terra.

No entanto, não havia qualquer reentrada prevista para esse dia no site de rastreamento global de detritos espaciais SatView.

De acordo com uma análise inicial publicada no Twitter pelo astrônomo norte-americano Jonathan McDowell. A bola de fogo pode ter sido o terceiro estágio de um foguete Soyuz 2 que transportou o satélite de navegação GLONASS-K2. O veículo foi lançado poucos minutos antes dos avistamentos, do cosmódromo de Plesetsk, cerca de 800 km ao norte de Moscou, na Rússia.

Conforme disse Alan Duffy, diretor do Instituto de Tecnologia e Indústria Espacial, da Universidade de Tecnologia Swinburne, em Melbourne: “O incrível brilho da bola de fogo é graças à tremenda velocidade com que os objetos reentram na fina atmosfera superior da Terra. Isso a 25 mil quilômetros por hora ou mais”.

Lixo espacial requer sistema de rastreamento mais eficaz

A maior parte do lixo espacial não chega à Terra. O incrível calor de mais de 4,7 mil graus Celsius gerado pela reentrada incinera quase todas essas peças. Alguns blocos de motor mais resistentes, no entanto, podem chegar ao solo.

Como o lixo espacial viaja absurdamente rápido, um pequeno erro no cálculo da reentrada fará com que ele apareça a centenas de quilômetros de distância. Em outras palavras, prejudica os sistemas de alerta usados, principalmente, para comunicar pilotos de aeronaves.

Ele destaca ainda que, enquanto os astrônomos tentam descobrir os detalhes dessa bela bola de fogo, ela também marca uma abertura espetacular para a Semana Nacional de Ciência da Austrália.