Você está visualizando atualmente Descoberta de Harvard pode mudar o relógio biológico humano
Imagine um futuro em que poderíamos ‘resetar’ nossas células, voltar o relógio biológico e curar doenças crônicas ou degenerativas

Descoberta de Harvard pode mudar o relógio biológico humano

Eles têm mexido com algo chamado ‘epigenoma’

Um grupo de cientistas acaba de fazer um “Benjamin Button” em alguns ratos, mexendo literalmente em seu relógio biológico, revertendo assim, todo seu processo de envelhecimento! Mas antes de mergulharmos nesta fascinante jornada de rejuvenescimento, vamos entender o que aconteceu aqui.

Os pesquisadores, liderados pelo brilhante David Sinclair, são da Faculdade de Medicina de Harvard, têm mexido com algo chamado ‘epigenoma’, que, em termos mais simples, é como um alfaiate para nossas células. Ele decide o que cada célula deve se tornar, seja uma célula da pele, uma célula cerebral, e por aí vai.

Imagine isso: você tem um monte de tecido – o mesmo tecido – e precisa fazer uma camisa, calças e uma jaqueta. O ‘molde’ ou ‘instruções’ para fazer essas diferentes peças de roupa do mesmo material, é basicamente o que o epigenoma faz para nossas células. Incrível, não é?

Mexeram no relógio biológico e os ratos ficaram jovens novamente!

Esses cientistas conseguiram desfazer os efeitos do envelhecimento que inicialmente introduziram nos ratos. Esse vai e vem no processo de envelhecimento suporta a teoria de que o envelhecimento não vem de mutações de DNA, mas de uma espécie de erro ou desvio na comunicação dessas instruções celulares.

David Sinclair tem batido na tecla sobre este conceito, chamado Teoria da Informação do Envelhecimento. “A base do envelhecimento é a informação que se perde nas células, não apenas o acúmulo de danos”, diz Sinclair. É como seu computador funcionando bem um dia, congelando de repente, e depois, após uma reinicialização, funcionando perfeitamente novamente. O envelhecimento, segundo ele, não é sobre as células se encherem de mutações, mas mais sobre a necessidade de um reboot.

Agora, o experimento não começou com ratos velhos. Os pesquisadores primeiro replicaram os efeitos do envelhecimento em ratos jovens mexendo com seu epigenoma. Isso se assemelha a como os humanos envelhecem devido à poluição, tabaco e produtos químicos.

Após receberem este mini-tratamento de envelhecimento, os ratos começaram a mostrar sinais de envelhecimento em semanas. Eles embranqueceram, perderam peso, se moviam menos e ficaram mais frágeis.

Os pesquisadores então jogaram sua carta na manga. Eles usaram um conjunto de genes, chamados fatores de células-tronco Yamanaka, para resetar as instruções epigenéticas. Esses fatores foram descobertos pelo cientista Shinya Yamanaka em 2006. E têm o poder de transformar células adultas de volta ao seu estado embrionário. Como transformar um velho enrugado em um bebê!

Mas Sinclair não queria apagar completamente a história das células; ele só queria rebobinar o relógio um pouco. E adivinhe? Eles fizeram esses ratos ficarem jovens novamente!

Aplicando o mesmo em humanos

Bem, enquanto voltar o relógio para os ratos, é impressionante, fazer o mesmo para os humanos é o verdadeiro desafio. Mas Sinclair e sua equipe já estão trabalhando nisso, testando a técnica em primatas não humanos e algumas células humanas também. Eles estão até criando um ‘interruptor’ que permitirá ligar e desligar o relógio usando um antibiótico.

Em 2020, eles conseguiram restaurar a visão em ratos velhos e agora estão olhando para o organismo como um todo. Sinclair acredita que as doenças oculares serão as primeiras a serem testadas com essa técnica. Ele acredita em uma nova maneira de conceber a medicina – revertendo o processo de envelhecimento que causa doenças. É como consertar uma máquina quebrada rebobinando-a para o tempo antes de ela ter se quebrado.

Essas descobertas são realmente impressionantes. Imagine um futuro em que poderíamos ‘resetar’ nossas células, voltar o relógio biológico e, potencialmente, curar doenças crônicas ou degenerativas como doenças cardíacas ou Alzheimer. Ainda não chegamos lá, mas é um conceito emocionante.