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Resultados sobre envelhecimento muscular mostraram que aqueles idosos que se exercitavam regularmente vivem mais e melhor

Exercício físico pode retardar o envelhecimento muscular

Médico Adriano Leonardi comenta estudo sobre envelhecimento muscular

Os resultados sobre envelhecimento muscular mostraram que aqueles idosos que se exercitavam regularmente desafiavam o processo de envelhecimento e tinham imunidade, massa muscular e níveis de colesterol de homens mais jovens.

Por que isso é tão importante?

O exercício físico combate a degradação muscular, garantindo maior longevidade e qualidade de vida aos idosos.

  • Músculos e ossos – A degradação muscular é continua com o avanço da idade, eventualmente provocando uma perda de até 50% da massa muscular, levando à fraqueza e incapacidade. Chamamos esse evento de “sarcopenia”. Ao mesmo tempo, músculos e ligamentos tornam-se rígidos e tensos. Os homens têm menor risco de desenvolver osteoporose (ossos frágeis, porosos) do que as mulheres, mas com a idade, os ossos perdem cálcio e há maior risco de fraturas e o declínio do hormônio sexual masculino testosterona, que diminui cerca de 1% por ano após os 40 anos;
  • Libido – Embora a maioria dos homens tenha níveis normais de testosterona e fertilidade ao longo de suas vidas, muitos experimentam um declínio gradual da libido e da resistência sexual;
  • Sistema nervoso – O sistema nervoso também muda com o tempo. Os reflexos retardados, a coordenação  reduzida e a memória frequentemente perdida. A pessoa média dorme menos quando adulta do que quando era mais jovem, mesmo que não precise mais ajustar o despertador. Não é de surpreender que os espíritos muitas vezes se enfraqueçam quando seus corpos se tornam indolentes.

Parece sombrio, mas essas mudanças ocorrem em homens saudáveis. Homens com problemas médicos começam a envelhecer mais rápido. Resumindo, envelhecer não é para fracos.

Mas o exercício físico continuo pode mudar esse desfecho?

Sim! O problema é que menos da metade das pessoas com mais de 65 anos faz exercícios suficientes para se manter saudável, e mais da metade das pessoas com mais de 65 anos tem pelo menos duas doenças. “O movimento é o melhor remédio para a humanidade”, disse Hipócrates em 00 aC, mas essa mensagem se perdeu com o tempo e estamos nos tornando uma sociedade cada vez mais sedentária.

No início de 2018, pesquisadores da Universidade de Birmingham examinaram os músculos de 125 ciclistas amadores masculinos e femininos. O estudo mostrou que aquelas que se exercitavam regularmente não experimentavam um declínio na massa e força muscular.

Surpreendentemente, o estudo descobriu que o sistema imunológico das ciclistas também não parecia estar envelhecendo, sugerindo que elas podem ter evitado a maioria dos sintomas da menopausa. Demonstrando, portanto, que os benefícios do treinamento se estendem além dos músculos. Um órgão chamado timo, que produz células imunológicas chamadas células T, começa a encolher aos 20 anos de idade, produzindo menos células de imunidade.

Além do exercício físico regular e constante, outros fatores que podem influenciar no retardo envelhecimento muscular é a quantidade de proteína consumida diariamente.

É possível que os idosos consumam grandes quantidades de proteína, mas muitas vezes não conseguem manter a massa muscular. Provavelmente, isso ocorre porque os corpos das pessoas mais velhas não conseguem converter proteína em músculo rápido o suficiente para acompanhar a taxa natural de degradação do tecido causada pela perda genética de massa muscular. É a chamada taxa de reciclagem de proteínas.

Além disso, o próprio músculo é considerado um órgão endócrino. Proteínas produzidas quando os músculos se contraem, são chamadas miocinas, podem afetar órgãos distantes, como o cérebro, para proteger os músculos de danos e prevenir perda de memória e demência senil.

Mitocôndrias e envelhecimento

As mitocôndrias têm sido extensivamente estudadas. Estas estruturas complexas dentro de nossas células e sua função é usar o oxigênio no processo para gerar a maior parte da energia da célula. Na fisiologia esportiva, isso é chamado de metabolismo aeróbico.

Para um funcionamento muscular eficiente, é necessário um número suficiente de mitocôndrias em pleno funcionamento. Estudos sugerem que anormalidades na morfologia, número e função mitocondrial estão intimamente associadas à perda de massa muscular observada em adultos mais velhos.