Aluizio Mercadante fez discurso (6) sobre a taxa de empréstimo em cerimônia de posse como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aluizio Mercadante, disse nesta segunda-feira (6) que pretende debater a TLP , taxa de empréstimo. No entanto, alerta que não pretende “competir com o setor financeiro privado”.
Mercadante diz que a intenção do banco é impulsionar a digitalização das micro, pequenas e médias empresas e cooperativas com crédito indireto de R$ 65 bilhões, via garantias por crédito privado.
A TLP foi criada em 2017 para impedir que a instituição adotasse uma taxa menor do que a definida pelo Banco Central. A política anterior do banco de fomento era alvo de críticas por causar desequilíbrio entre os setores público e privado no setor de crédito corporativo.
O modelo foi usado nos governos petistas, quando centenas de bilhões de reais de recursos do Tesouro Nacional foram usados para bancar crédito com juros abaixo da Selic para setores eleitos como “campeões nacionais”. O resultado foi o aumento da dívida pública e queda na taxa de investimentos.
Segundo ele, a instituição pode contribuir para “reduzir risco, abrir novos mercados, alongar prazos e elaborar bons projetos para os investimentos privados”.
Entrada na Febraban
Ao reforçar que não pretende disputar mercado com o setor privado, Mercadante afirmou que deseja a entrada do BNDES na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e citou a participação de outros dois bancos públicos na entidade.
“Nós também queremos entrar na Febraban. O Banco do Brasil e a Caixa já estão, o BNDES tem 75 anos de história e, a Febraban, 50. Eu prometo que as reuniões vão ficar mais interessantes, vamos ter muito debate, mas eu acho que vai valer a pena”, disse Mercadante.
Preservação da Amazônia
Com fala direcionada à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também estava entre os presentes na posse de Mercadante. Portanto, o novo presidente do BNDES destacou ser preciso realizar ações que protejam e garantam o desenvolvimento da Amazônia.
“Não existirá futuro se nós não preservarmos a Amazônia e outros biomas, esta será a prioridade do BNDES do futuro. Por isso, o presidente Lula, no primeiro ato de seu governo, garantiu a reativação do Fundo Amazônia, sob a coordenação interministerial e a participação ativa da sociedade civil, voltará a ser gerido pelo BNDES.”
Crédito especial para minorias
Mercadante também se comprometeu a executar programas de crédito especial voltado a algumas minorias, como mulheres e pessoas pretas. Conforme informou, esta seria a única exceção em que o BNDES competiria com o setor privado, citando um programa do Itaú como referência.
“Eu vi que o Itaú lançou uma linha de crédito especial para mulheres. Então, vamos competir positivamente, vocês vão correr atrás de nós porque vamos jogar firme. E, no caso de igualdade de gênero, se fizerem [uma linha de crédito voltada para esse objetivo], a iniciativa já é nossa, nós já anunciamos aqui”, pontuou.
Ao direcionar sua fala para a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, o economista se comprometeu a buscar aumentar a inserção de negros no mercado de trabalho.
“Vamos propor um programa de estágio para negros e negras e retomaremos concursos que não ocorrem há mais de dez anos, com cotas”, completou.