Pesquisadores alemães avaliaram a massa cinzenta de pessoas que usam o celular
É cada vez mais comum encontrarmos quem é viciado em mexer no celular. Entre redes sociais, vídeos e memes de bichinhos fofos, acabamos não percebendo a passagem do tempo. E, assim, ao fim do dia, se tivéssemos que fazer uma estimativa, você diria que se considera viciado em mexer no celular.
Esse problema é sério e vem sendo cada vez mais estudado por neurocientistas de todo o planeta. Recentemente, o site IFL Science, divulgou uma pesquisa interessante e que relaciona o uso excessivo de celular a mudanças na estrutura cerebral das pessoas.
O estudo foi feito por cientistas da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, que avaliaram a proporção de massa cinzenta no cérebro de indivíduos que usam o celular de forma esporádica e também de pessoas que são viciadas no aparelho.
Mudança na estrutura cerebral
Os pesquisadores conseguiram perceber que quem vive mexendo no celular acaba com uma atividade reduzida na região do córtex temporal. Ou seja, aquela que é responsável por questões como compreensão da fala e linguagem auditiva.
O estudo foi feito com o uso de ressonância magnética em 26 pessoas que usam o celular de forma saudável. Assim como em 22 indivíduos que afirmam terem se viciado em redes sociais e que preenchiam os critérios da Escala de Dependência em Smartphone, elaborada em 2015.
Todos os participantes eram jovens, com idades entre 18 e 30 anos, e não apresentavam outras doenças neurológicas ou transtornos que pudessem afetar os resultados.
Podemos considerar outros pontos importantes
Os cientistas não sabem, no entanto, se a diminuição de massa cinzenta e as variações de atividade cerebral são causa ou correlação do uso excessivo de celulares. Além disso, não se pode descartar a presença de outras doenças que causem essas diferenças, mas que talvez não tenham tido diagnóstico ainda. Por isso é preciso que novas pesquisas sejam feitas sobre o mesmo assunto.
Muitos profissionais de saúde preferem, inclusive, o termo “uso problemático de smartphone” em vez de “vício em celular”, até mesmo porque muitas pessoas usam o aparelho para estudar e trabalhar.
De qualquer forma, a cada ano aumenta o número de pesquisas e evidências de que o uso excessivo de redes sociais afeta o comportamento humano e a nossa capacidade de aprendizagem. Por isso, é importante buscar reduzir o tempo de tela e procurar ajuda psicológica caso o problema afete a sua vida de outras formas.