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Na ilha de Antikythera catadores de esponjas marinhas se depararam com fragmentos de uma máquina para realizar cálculos astronômicos

ANTIKYTHERA: O mecanismo do 1º computador da humanidade

O mecanismo está em exposição no Museu Arqueológico Nacional de Atenas

Na região da ilha de Antikythera, em 1901, um grupo de catadores de esponjas marinhas se deparou com os restos de uma galé romana naufragada, enquanto esperavam uma tempestade passar. Dentre os vários achados arqueológicos encontrados no local, estão 82 fragmentos do que seria uma máquina maior usada para realizar cálculos astronômicos. Essas peças ficaram conhecidas como o Mecanismo de Antikythera e intrigam cientistas até hoje.

Atualmente, o mecanismo está em exposição no Museu Arqueológico Nacional de Atenas. E, sendo assim, de longe as peças não parecem nada além de pedras. Porém, com um olhar mais atento é possível ver traços de uma tecnologia muito avançada para os padrões do período ao que ele pertencia.

Aliás, as partes resgatadas parecem engrenagens com dentes semelhantes àqueles encontrados em relógios. E além disso, têm anéis divididos em ângulos como um transferidor daqueles que a gente usa na escola. Segundo a divulgadora científica Jo Marchant, nada com esse nível de tecnologia pertencente à antiguidade havia sido descoberto até então.

Segundo artigo publicado na revista Nature, pode-se dizer que o Mecanismo de Antikythera era um computador mecânico, composto por engrenagens de bronze que tinha como função realizar previsões através da mecanização de ciclos e teorias astronômicas.

Arquimedes pode ser o pai da invenção

Inscrições nas peças descrevem o cosmos grego do período da máquina

Em 2005, por meio análises com raio-X, pesquisadores conseguiram desvendar boa parte dos mistérios envolvendo a parte de trás de tal computador antigo. A parte da frente, contudo, continua um mistério, já que todos os fragmentos resgatados eram traseiros. Outros achados da pesquisa foram inscrições nas peças que descrevem o cosmos grego do período em que a máquina funcionava.

Apesar de todos os esforços dos pesquisadores, ainda não foi possível concluir quem é o gênio por trás do mecanismo. Alguns cientistas apontam o matemático Arquimedes como o criador da máquina, mas não há comprovação disso.

A teoria de que Arquimedes seria o inventor tem relação com as inscrições encontradas nas engrenagens. As predições que a máquina realizava englobavam desde o dia exato em que eclipses iriam ocorrer até as datas em que os jogos Pan-Helênicos seriam realizados. E, dentre tais jogos, os que recebiam mais destaque nas inscrições gravadas na máquina eram os Jogos Ístmicos, que ocorriam em Corinto.

Além disso, os nomes dos meses gravados em algumas partes do computador mecânico também eram coríntios. Assim, alguns pesquisadores começaram a suspeitar que o inventor fosse cidadão de Siracusa, uma das colônias coríntias e justamente a cidade em que vivia Arquimedes.

Para reforçar tal teoria, há ainda o fato de que ele estava em Siracusa quando os romanos invadiram e saquearam a cidade. Levando consigo, inclusive, peças construídas pelo matemático.