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A China também realizou uma série de exercícios militares perto da ilha de Okinawa, no sul do Japão, segundo autoridades japonesas

China faz maior incursão aérea da história contra Taiwan

Pequim protesta contra novo pacote de ajuda militar americana

A China enviou 47 aeronaves através da linha mediana do Estreito de Taiwan no domingo (25), a maior incursão na zona de defesa aérea de Taiwan nos últimos meses, enquanto Pequim intensifica os esforços para normalizar operações militares agressivas ao redor da ilha autogovernada.

As incursões foram feitas por 42 caças J-10, J-11, J-16, Su-30 e duas aeronaves de patrulha marítima Y-8. Além de uma aeronave de alerta precoce KJ-500, um CH-4 e um drone militar WZ -7. Tudo isso de acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan.

A pasta também disse que um total de 71 aeronaves chinesas foram avistadas ao redor da ilha. Além disso, os militares de Taiwan responderam acionando aeronaves de patrulha aérea de combate, navios da marinha e sistemas de mísseis baseados em terra.

Os voos seguem em exercícios navais de um grupo de porta-aviões chinês no Pacífico Ocidental, perto do Japão na sexta (23).

Pequim intensificou táticas de pressão militar agressiva na ilha

O Partido Comunista da China vê Taiwan como parte de seu território, apesar de nunca tê-la controlado. Há muito promete “reunificar” a ilha com o continente chinês, à força, se necessário.

As tensões em torno de Taiwan aumentaram acentuadamente este ano. Uma visita à ilha da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, em agosto, provocou a fúria do Partido Comunista. Assim como uma enxurrada imediata de exercícios militares.

Desde então, Pequim intensificou táticas de pressão militar agressiva na ilha. Enviaram então caças através da linha mediana do Estreito de Taiwan, o corpo de água que separa Taiwan e China. E na zona de identificação de defesa aérea da ilha.

Durante décadas, a linha mediana serviu como uma linha de demarcação informal entre as duas, sendo raras as incursões militares através dela.

Taiwan diz ter confiança na defesa de sua soberania

As atividades mais recentes ocorreram quando o Comando do Teatro Oriental dos militares chineses, disse no domingo, que conduziu uma patrulha conjunta de prontidão de combate e “exercícios de ataque” em torno de Taiwan. Isso em resposta a “provocações” entre Taiwan e os Estados Unidos, sem fornecer detalhes específicos.

“As tropas tomarão todas as medidas necessárias para defender resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial”, disse o Comando do Teatro Oriental.

Na sexta (23), o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou um novo projeto de lei de defesa. O mesmo incluía o estabelecimento de um programa de modernização da defesa para Taiwan para impedir a agressão chinesa.

O ministério da defesa taiwanês respondeu em um comunicado no domingo à noite que tem confiança na defesa de sua soberania. “As ações do Partido Comunista Chinês destacaram sua mentalidade de usar a força para resolver diferenças. O que prejudica a paz e a estabilidade regional”, afirmou.

Biden se encontrou pessoalmente com Xi Jinping

“A cooperação entre Taiwan e os Estados Unidos ajudará a proteger uma região indo-pacífica livre, aberta e estável. Os militares continuarão a fortalecer a preparação militar com base nas ameaças inimigas e nas necessidades de autodefesa”, acrescentou.

Em novembro, Biden se encontrou pessoalmente com o líder chinês Xi Jinping, pela primeira vez, durante sua presidência na cúpula do G20 na Indonésia. Posteriormente, Biden descreveu a reunião de três horas como “aberta e franca” e lançou dúvidas sobre uma invasão iminente de Taiwan.

Espera-se, entretanto, que as negociações bilaterais formais sobre a cooperação climática sejam retomadas como parte de um conjunto mais amplo de acordos entre Biden e Xi. Sobretudo, após a China ter interrompido as negociações anteriormente como parte de retaliação pela visita de Pelosi a Taiwan.

Exercícios perto do Japão

China também realizou uma série de exercícios militares perto da ilha de Okinawa, no sul do Japão, no Oceano Pacífico, conforme as autoridades japonesas.

O porta-aviões Liaoning da marinha chinesa, bem como dois contratorpedeiros e uma fragata, navegaram cerca de 560 quilômetros a leste da Ilha Kitadaito, localizada na costa leste de Okinawa, em 21 de dezembro, segundo o Estado-Maior Conjunto do Japão. As embarcações também navegaram cerca de 120 quilômetros a leste de Okinotorishima, localizada mais a sudeste, em 22 de dezembro.

Na sexta (23), cerca de 180 caças e helicópteros baseados em porta-aviões decolaram e pousaram no porta-aviões Liaoning, de acordo com o Ministério da Defesa do Japão.

O Ministério da Defesa e as Forças de Autodefesa do Japão responderam enviando dois navios de escolta. Tanto para coletar informações quanto para realizar alertas e vigilância, disse o órgão.

As tensões entre a China e o Japão também aumentaram constantemente, com Pequim aumentando suas forças navais e aéreas em áreas próximas ao Japão. A China também reivindica as Ilhas Senkaku, controladas pelos japoneses no Mar da China Oriental.

Navios chineses têm feito incursões frequentes perto das ilhas, que chamam de Diaoyus. Enquanto o Japão envia aviões de guerra quase diariamente em resposta a aviões chineses que se aproximam de seu espaço aéreo.

No início deste mês, o Japão divulgou um novo plano de segurança nacional. O mesmo sinaliza o maior acúmulo militar do país desde a Segunda Guerra Mundial. Assim, dobrou os gastos com defesa e desvia de sua constituição pacifista diante das crescentes ameaças da China, Coreia do Norte e Rússia.